A idade média é marcada por um período feudal. O feudalismo foi o sistema pelo qual as terras dos reis foram dividas em feudos, nos quais trabalhavam os servos para seus senhores. A Idade Média é também frequentemente relacionada como a Idade das Trevas, pois se acreditava que o período representava uma estagnação da humanidade, principalmente por estar situada entre dois períodos tão ricos culturalmente. Mas as pesquisas mostraram que o período é rico em cultura e tem muito a oferecer e esclarecer sobre a humanidade tanto quanto os outros. na Idade Média houve grandes preocupações de ordem científica e um grande desenvolvimento do conhecimento dos fenômenos naturais. Especificamente, o interesse por ciência na Idade Média era intenso, porém bem diferente do que foi feito a partir do século XVI.
No caso particular da ciência que se desenvolveu no mundo medieval, há de se acentuar a óbvia influência que o cristianismo exerceu sobre ela. A concepção aristotélica de cosmos, por exemplo, não foi plenamente absorvida pelos doutores medievais, haja vista que, para o filósofo grego, o mundo era eterno em si mesmo, mas, para o cristianismo, o mundo foi criado por Deus, logo uma compreensão cristã da ordem do mundo. No campo intelectual, as mudanças são também fruto do contato com o mundo oriental e árabe através das Cruzadas e do movimento de Reconquista da Península Ibérica. permitiram avanços importantes em conhecimentos como a astronomia, a matemática, a biologia e a medicina, e que se tornariam o gérmen da evolução intelectual europeia dos séculos seguintes. Vale lembrar que o comércio está em franca expansão, ocorre o desenvolvimento de rotas entre os diversos povos que reduzem as distâncias, facilitando não só o comércio de bens físicos, mas também a troca de ideias entre os países. As cidades também vão abandonando a sua dependência agrária, crescendo em torno dos castelos e mosteiros.
Nesse ambiente receptivo, começam a ser abertas novas escolas ao longo de todo o continente, inclusive em cidades e vilas menores. Por volta de 1150 são fundadas as primeiras universidades medievais – Bolonha (1088), Paris (1150) e Oxford (1167) — em 1500 já seriam mais de setenta. Esse foi efetivamente o ponto de partida para o modelo actual de universidade. Algumas dessas instituições recebiam da Igreja ou de Reis o título de Studium Generale; e eram consideradas os locais de ensino mais prestigiados da Europa, seus acadêmicos eram encorajados a partilhar documentos e dar cursos em outros institutos por todo o continente. Nesse contexto A ciência química surge no século XVII a partir dos estudos de alquimia populares entre muitos dos cientistas da época. Considera-se que os princípios básicos da química foi vista pela primeira vez na obra do cientista irlandês Robert Boyle: The Sceptical Chymist (1661). A química, como denominada atualmente, começa a ser explorada um século mais tarde com os trabalhos do francês Antoine Lavoisier e as suas descobertas em relação ao oxigênio com Carl Wilhelm Scheele, à lei da conservação da massa e à refutação da teoria do flogisto como teoria da combustão
Entretendo,
foi a alquimia e alquimistas que dominavam a química, como ciências na idade
média. A alquimia pode ser definida como uma prática antiga química exercida na
era medieval. Ela une química, física, astrologia, arte, metalúrgica, medicina,
misticismo e religião, sendo sua crença mais difusa é de que os alquimistas
buscavam encontrar a pedra filosofal e elixir da longa vida. A pedra
filosofal: Os alquimistas acreditavam que seria possível transformar chumbo (e
qualquer outro metal) em ouro, a chamada “transmutação”, e que isso seria
conseguido por meio de uma peça particular da matéria, a pedra filosofal.
O
elixir da longa vida: Os alquimistas almejavam extrair o maior dos desejos do
ser humano: a vida eterna. Procuravam um elixir da longa vida, que permitiria a
imortalidade. Suas crenças foram nas ideias do filósofo Aristóteles (384-322
a.C.)
A alquímica
teve seu auge durante os séculos XVI e XVII na Europa. Porém, as origens da
alquimia e da própria Química perdem-se nos tempos, pois não há registros que
possa afirmar com certeza o início de cada uma, além disso, assim como todo
desenvolvimento, a transição de uma para a outra não ocorreu de imediato. Mesmo
não sendo considerada disciplina regular, conforme os ditames da ciência
moderna, seu legado é incontestável.
Embora
a Alquimia não seja atualmente considerada uma Ciência, tal como o
conhecimento científico é hoje concebido, e sim uma visão espiritual mais
preocupada com antigas tradições do que com a descoberta de novidades, ela é
considerada uma ancestral da Química moderna e da
própria Medicina. Desta forma, não é possível falar do surgimento da
Química, do conceito de matéria, substâncias simples e compostas, elementos
químicos sem nos referirmos à alquimia. Ao
certo, a alquimia contribuiu de forma significativa no entendimento da matéria,
elementos e substâncias químicas. Uma delas dizia respeito a uma visão mais
técnica, buscando obter resultados práticos (alquimia oriental), ao
passo que a outra privilegiava aspectos místicos, ou esotéricos, em que se
procurava relacionar o comportamento do mundo material com o mundo espiritual (alquimia
ocidental). Ambas as vertentes tiveram enorme papel no surgimento de várias
futuras ciências.
Apesar
desse lado ritualístico e de nunca se ter alcançado esses objetivos, os
alquimistas foram os pioneiros no desenvolvimento de técnicas de laboratório,
como a destilação e a sublimação que são usadas até hoje pelos químicos. Assim
como o fósforo, diversos outros produtos químicos foram descobertos pelos
processos alquímicos através do método da destilação, garantindo trabalho a
muitos alquimistas sob diversas ocupações e operações.
Por
fim, com o fim da idade média e surgimento do renascimento um movimento
artístico e científico que se baseava na racionalidade, ou seja, uma doutrina
de que nada existe sem uma razão, sem uma explicação racional, e no
experimentalismo. Foi nesse contexto que o modo de pensar dogmático,
místico e supersticioso da alquimia começou a ser mudado por uma nova forma de
buscar o conhecimento, através da ciência experimental.
No ano
de 1493, por exemplo nascia o médico Paracelso. Apesar de ainda
estar ligado à alquimia, ele desenvolveu a iatroquímica, em que a
principal finalidade era a preparação de medicamentos apropriados para combater
as doenças por meio de fontes minerais. Para ele o corpo era um conjunto de
substâncias químicas que interagiam harmonicamente e que, se a pessoa estivesse
doente, isso significaria que havia uma alteração dessa composição química, que
podia ser eliminada por meio de produtos químicos. Mas dois cientistas foram
marcantes nessa transição para a Química como Ciência, que foram Robert
Boyle (1627-1691) e Antoine Laurent Lavoisier. Robert
Boyle nasceu no castelo de Lismore, Irlanda, em 1627. Visto que era de
família rica, pôde se dedicar tranquilamente aos estudos. Ele foi chamado por
alguns de pai da Química, sendo responsabilizado por
transformar a alquimia em Química, pois ele introduziu o “método
científico”. Boyle assumiu uma postura totalmente diferente dos
alquimistas de seus dias, pois ele publicava abertamente todos os detalhes de
seu trabalho, defendia o uso de experiências para comprovar os fatos e não
aceitava hipóteses só porque eram consagradas. Seu conceito sobre pesquisas
científicas foi descrito em seu livro The Sceptical Chymist
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